Agronegócio expande produção no Oeste baiano
Presidente da Abapa comemorou resultados, em especial, na produção de algodão
O presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi visitou a Tribuna da Bahia, ontem, 16, e conversou com o presidente do jornal, Walter Pinheiro sobre o Agronegócio no Oeste Baiano. A região, segundo estudo da Embrapa Territorial é a que mais preserva o meio ambiente no Estado, além disso, gera cerca de 95 mil postos de trabalhos diretos e indiretos sendo a segunda maior produtora de algodão.
“Agradeço a oportunidade de estar aqui falando um pouco do setor produtivo do Oeste baiano e promovendo a integração com o litoral. Falando também sobre o que a agricultura tem feito pelo estado em termos econômicos e geração de emprego além da preocupação do setor com as questões sociais e ambientais”, disse Luiz Carlos Bergamaschi.
Walter Pinheiro destacou que, “estamos Muito felizes em receber Luiz Carlos Bergamaschi e sua assessoria de comunicação, conversamos sobre a importância da Instituição para o agronegócio em todo o Estado e em especial no Oeste da Bahia. Transmitimos a eles que nosso pensamento é que a integração do Oeste com a capital é necessária para que a união da Bahia nunca seja afetada com ideias que surgem de novos estados como Santa Cruz ou São Francisco. Vamos combater isso com a integração. Apoio à atividade produtiva, cobrança dos benefícios sociais e manutenção dos empregos para que essa grandiosidade que o agronegócio representa se traduza em benefício para toda a comunidade do nosso estado e país.”
Segundo a Abapa, o final do período da semeadura da safra 2021/2022 do algodão na Bahia trouxe perspectivas animadoras para o setor, com o aumento de 15% da área plantada, na comparação com o período anterior. Com isso, a área dedicada à commodity no estado encerra o período com 306.375 hectares (ha). A produção estimada pela instituição é de 584.311, toneladas de algodão beneficiado (pluma), com produtividade esperada de 1.907 quilos por hectare. O caroço de algodão tem produção prevista em 741.077 toneladas, com produtividade estimada em 2.425,80 quilos por hectare. O caroço de algodão é usado na alimentação animal.
As fortes chuvas sobre a região Oeste da Bahia não chegaram a prejudicar o plantio da safra 2021/2022. A região Oeste tem a maior área plantada de algodão no estado, com 300.430 hectares, o equivalente a 98% do total. A região Sudoeste planta com 5.945 hectares. O algodão plantado em regime de sequeiro é predominante na Bahia, com 255.361,17 hectares, contra apenas 51.014 hectares sob irrigação, o que significa, em termos percentuais, o total de 83,35% e 16,65%, respectivamente.
O Oeste da Bahia é a região que mais preserva o meio ambiente. Dos 55 mil agricultores inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) somam 7,9 milhões de hectares, sendo 4,1 milhões de hectares destes, preservados. Juntas, as Reservas Legais, APPs e a vegetação excedente respondem por 52% do cerrado baiano. Pelos números da Embrapa Territorial, o cerrado da Bahia, dentro do bioma nacional, representa de 7% a 8%. Mato Grosso, 17,6%; Minas Gerais, 16,4%; Goiás, 16,2% e São Paulo, 4%.
Polo de Excelência
O agronegócio no Oeste baiano tem se consolidado como um polo de excelência, basta analisar as safras consecutivas, recordes de produtividade. Para se ter ideia a média baiana de produtividade do algodão é de 1,9 mil kg por hectare, acima da média nacional de 1,7 mil por hectare. Desempenhos como este fazem do oeste baiano o motor da economia e de todo o nordeste. O agronegócio corresponde a 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado e é responsável por empregar cerca de 1/3 da população, isso significa cerca de 95 mil postos de trabalhos diretos e indiretos.
As culturas no oeste são desenvolvidas, em grande medida por meio de plantio direto, sem a necessidade de sistemas de irrigação. A área irrigada do Oeste da Bahia equivale a apenas 6% da área consolidada de 171 mil hectares. Em relação a área total, a irrigação ocupa apenas 1% de todo o Oeste da Bahia, “outro ponto a destacar sobre a grandiosidade da produção do algodão, é que hoje para cada trabalhador na soja, 4 estão no algodão”, finaliza Bergamaschi.
Um dos princípios da atividade agrícola no Oeste é o embasamento técnico e científico em todas as etapas do processo produtivo. Por isso, a Associação dos Produtores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e Abrapa, ambas com sede em Barreiras, mantém contato permanente com instituições de ensino e pesquisa.
13º Congresso Brasileiro do Algodão
Salvador será palco da 13ª edição do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). Entre os dias 16 a 18 de agosto deste ano de 2022, o estado que é o segundo maior produtor da fibra (o primeiro é o Mato Grosso) receberá pela segunda vez, o principal encontro da cadeia produtiva do algodão, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).